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Reticências carregam vários significados... Parênteses interrompem (mas complementam).
Posted on sexta-feira, maio 11, 2012

A vida real é muito mais absurda do que qualquer ficção.

By Rafael Oliveira às sexta-feira, maio 11, 2012


Ele a convidou para almoçar. Disse que era um pouco longe, mas que a comida compensaria o esforço. Ela estava reticente, mas ele insistiu muito, até que ela concordou em ir. Foram caminhando e conversando numa boa, inclusive com uma conversa bem humorada. Enfim chegaram ao tal restaurante. Sentaram, começaram a comer. Com mais ou menos cinco minutos que eles estavam comendo a menina atende uma ligação. Não pede licença nem nada, só começa a falar. Inclusive, ela fala "não mulher, pode falar..." Ela poderia ter dito "mulher, eu te ligo daqui a pouco, por que (1.) estou almoçando; (2.) estou com um amigo; (3.) essa conversa é muito íntima." Mas não, ela atendeu e começou a conversar! O cara ficou um pouco incomodado, mas acreditou que logo ela desligaria, afinal ela estava almoçando! Que nada! Ela ficou falando, falando, sem nem acenar nada pra ele. Ele começou a se impacientar, ainda mais ao ver ela falando ao telefone enquanto mastigava. Dava pra ver o ovo de cordona todo mastigado, enquanto ela desenvolvia aquela conversa que, claramente era uma grande futilidade. Ele conseguiu decifrar que o assunto da conversa era uma garota que vinha sendo indelicada com o restante do grupo de amigas, e como seria a discussão que elas teriam mais tarde. Papo totalmente besta, de menininha que fica sentada na esquina, vestida de de shortinho de lycra e de blusinha de 1,99, com os dizeres "ai, como eu sou bandida".


Ela falava alto no restaurante chamando a atenção de todos, mas parecia não perceber, afinal, para ela aquele assunto era altamente pertinente e de uma importância inadiável. Questão de valores... 
Ele, que já tinha terminado de almoçar pediu um suco, coisa que ele não costuma fazer, já que não gosta de ingerir líquidos depois de almoçar. Mas o que mais faz sentido nesse momento? Tomou todo o suco, vez por outra olhando para ela, tentando captar algum traço de embaraçamento na sua fisionomia, algum sentimento de incoveniência, mas tudo que viu foi ela cuspindo um caroço de azeitona. Ele odeia azeitona. Passados dez minutos que ela estava ao telefone, notou que ainda não tinha acabado a refeição e fez aquele movimento que, nele causava arrepios: colocou o celular entre o ombro e a orelha, para poder ficar com as duas mãos livres.


Ele decidiu que tinha que demonstrar que estava incomodado com aquela situação, mas tudo que conseguiu pensar foi em baixar a cabaça na mesa, como se estivesse cochilando. Ela: "...mas ela vai ver mulher, vou falar bem direitinho com ela. E se tu quiser pode falar pra ela que eu fiquei com o Maicon no mesmo dia que eu fiquei com o Kelvis, só pra ela ficar mais doida..." Meu Deus! Ele, com a cabeça abaixada recebeu um cutucão no braço: "Bora pagar a conta!". A raiva ia aumentando. Ninguém gosta de cutucões. No caixa ela não se intimida e continua com o celular no ouvido. Ele procurou se misturar na multidão que dirigia olhares reprovadores àquela menina, mas ela o chamou fazendo com que os olhares se voltassem a ele. Saindo do restaurante restavam ainda seis quarteirões a pé para ele se livrar daquela operadora de telemarketing, daquele Louro José, daquele locutor de rádio esportivo!  


Ele se impressionava em como a conversa não acabava, em como nenhuma das duas se cansava de ficar segurando um celular. Ele tentava permanecer distante dela, andava mais rápido, atravessava a pista no susto, mas nada adiantava, aquela conversava irritante era interminável. Como pode alguém não ter a mínima noção do que é ser incômoda, incoveniente? Como pode ela não perceber que está sendo desagradável? Como pode ser tão mal-educada assim? Como pode NÃO APARECER NENHUM LADRÃO QUANDO A GENTE PRECISA DE UM?? Quando ela passou a andar na frente dele ele procurou desesperadamente por alguém suspeito. Ninguém... O problema é que se ela desligasse, com certeza iria querer contar toda a história para ele.


Ao ver um ônibus se aproximando, ele pensou em se jogar na sua frente. Ou quem sabe empurrá-la. Não conseguiu se decidir e o ônibus passou. Ele não conseguia acreditar que aquilo era de verdade, que ele estava realmente vivenciando um momento tão irreal quando aquele. Parecia um episódio do Curb Your Enthusiasm ou do próprio Seinfeld.  Gostaria ele de ser o Dr. House... Depois de aproximadamente vinte e cinco minutos desde que ala atendeu o telefone enfim chegaram ao seu destino. Ele foi, aliviado escovar os dentes. Quando saiu viu que ela continuava naquela conversa. Isso aconteceu há três anos. Hoje ele está internado em uma clínica psiquiátrica, e ela... "...pois é mulher, tu vai ver quando eu for conversar com aquela piranha! Uma doida daquela num se toca, né... "

Posted on sexta-feira, outubro 29, 2010

Só avisando...

By Rafael Oliveira às sexta-feira, outubro 29, 2010

Sujeito 1: "Ei cara, só pra te dizer que eu gosto muito de ti e tu foi muito importante na minha vida. Tu é um amigão mesmo!"

Sujeito 2: "Beleza, cara. Valeu. Mas por que é mesmo que tu tá falando essas coisas agora?"

Sujeito 1: "Não, é porque mais tarde eu vou suicidar, aí queria te falar logo isso. Nunca falei, né... beleza? Abração ae!"











*Não, não sou eu...

Posted on terça-feira, julho 20, 2010

Bem- vindo ao clube

By Rafael Oliveira às terça-feira, julho 20, 2010

Lá estava eu, voltando do trabalhando, andando tranquilamente, escutando The Smiths no fone de ouvido, lembrando do peixe que eu comi no domingo quando eu vi aquele olhar. É, aquele. Aquele que te paralisa. Aquele que te dá um friozinho na barriga. Aquele que você sabe que é pra você.

"- Passa o celular!"

Não teve como eu resistir. Já tava perto demais. Ainda quis me desvencilhar mas apareceram, não sei daonde, mais três. E aí foi um pega-pega, um agarra-agarra. Um: "Bora, dá o celular!", eu: "Pera, vou dar!", outro: " Passa a carteira!", eu: "Eu não tenho carteira!", um: "Pois dá o celular, maxu!". Aí que eu percebi que já fazia um tempo que eu tinha tirado o celular do bolso mas ainda não tinha entregue, tava usando tipo como uma arma. A "doação" do celular é que foi até meio engraçada. Sabe aquela cena do Ghost que a Whoopy Goldberg (Oda Mae, é a nova...) entrega um cheque pra um freira? Foi tipo aquilo.


Para o meu desgosto depois de me assaltarem eles não saíram correndo. Mas foi aí que eu entendi aqueles jornalistas da Record, que depois que passa a imagem de um assalto filmado por uma câmera de segurança comentam que "depois de assaltar a vítima ele sai andando normalmente, como se nada tivesse acontecido..". Claro! Ou quer que ele saia correndo e gritando: "Roubei um celulá-á, roubei um celulá-á!". Se você ver(vir?) um negro correndo você logo pensa que é ladrão. É assim. É o tal do preconceito. E todos têm esse preconceito. Inclusive você e eu. Mas essa é outra questão, pra gente conversar tomando uma cerveja qualquer dia desses...

O interessante é que eu sou conhecido por ser nervoso, irritadiço. Mas é nas situações mais adversas que eu atinjo o meu nirvana. Tô bem, tô tranquilo. Tô até escrevendo sobre isso... Claro que eu tô um pouco chateado, afinal adorava meu celularzin. Ele tinha um programinha que funcionava como um controle remoto. Era através dele que eu escutava minhas músicas. Eu tinha um cartão de 4gb. Quatro gigas de música. Algo como 620 músicas que aqueles... que aqueles... QUE AQUELES VAGABUNDOS LEVARAM! FUCKING BASTARDS! FILHOS DA PUTA!


desculpa...


Não tinha ninguém por perto, nem ronda do quarteirão nem a Clarisse pra me consolar... Enfim, continuei andando e fui percebendo que todo mundo anda nas ruas meio desconfiado, apressando o passo. Uma vez eu vi uma tirinha que representa bem essa questão: no 1º quadrinho duas pessoas aparecem, uma de cada lado, para esperarem o ônibus na parada. No 2º quadrinho eles se olham desconfiados. No 3º e último quadro os dois saem correndo com medo, um pra cada lado. Eu tinha essa ideia utópica de que eu poderia caminhar tranquilo, escutando The Smiths e lembrando do peixe de domingo. Sem ficar todo tenso. Agora, se eu não quiser perder mais coisinhas vou ter que deixar essa ingenuidade de lado e entrar pro clube dos desconfiados.




p.s.1: Não torçam pra que eu seja assaltado de novo pra poder voltar a escrever aqui...

p.s.2: Por favor me passem seus número para o carteirodorafael@gmail.com

p.s.3: Alguém sabe onde eu posso comprar outro e51 da Nokia? É o original...


Posted on terça-feira, janeiro 12, 2010
By Rafael Oliveira às terça-feira, janeiro 12, 2010

Uma volta é possível...

Posted on quarta-feira, novembro 12, 2008

Não entendo!

By Rafael Oliveira às quarta-feira, novembro 12, 2008

Eu não entendo pq que quando alguém tropeça ele dá uma corridinha leve enquanto olha pra trás... Pra quê essa olhadinha? É pra mostrar pra pobre da pedrinha que ficou com raiva? É pra marcar o lugar na lembrança pra nunca mais tropeçar lá de novo? Tem mesmo que olhar pra acreditar que tropeçou? E a corridinha, é pra quê? Pra compensar o tempo perdido pela pedra que tava no caminho é? Querendo dar uma de Drummond é?


Eu não entendo pq que quando se fala no celular se anda tanto. A pessoa tá bem quietinha num canto, basta o celular tocar pra ela ficar andando bestamente de um lado para o outro. Pode observar, o corpo se inclina pro lado enquanto a cabeça fica servindo de antena, zanzando de um lado para o outro procurando a melhor recepção. Anda de um lado para o outro, em círculos, mas parado nunca! Eu mesmo sou um que ando bastante enquanto falo no telefone. Dia desses conversei um pouco a mais com minha namorada e quando desliguei, percebí que já estava no
Mato Grosso do Sul! Aí o jeito foi eu ligar pra ela de novo pra poder voltar pra casa...

Posted on sexta-feira, novembro 07, 2008

Tudo que eu tenho...

By Rafael Oliveira às sexta-feira, novembro 07, 2008

Eu tenho um blog desatualizado
Eu tenho um óculos torto
Eu tenho dor nas costas
Eu tenho uma calça com o bolso furado
Eu tenho pouco dinheiro
Eu tenho poucos amigos
Eu tenho os pés muito feios
Eu tenho que correr atrás de ônibus
Eu tenho que andar de ônibus
Eu tenho raiva de relógios de terminal
Eu tenho um filme desprezado
Eu tenho medo de falar em público
Eu tenho um pai afastado
Eu tenho uma mãe que já foi pro outro lado...

Mas acima de tudo, eu tenho você...




* Isotopia Lexical nunca mais....

Posted on terça-feira, outubro 07, 2008

Sem criatividade nem pra criar um título...

By Rafael Oliveira às terça-feira, outubro 07, 2008

Como muita gente notou eu diminui muito a frequencia de postagens (quase zero...).

Motivos:

- Meu computador quebrou...
Pois é, a tecnologia é uma coisa com a qual voce não pode contar. Quando voce menos espera, PUFF!, o pc não liga mais...

- Falta de dinheiro (e de paciencia) pra ir para as Lan Houses
Dinheiro tá curto, paciencia também....

- Falta de tempo
Como é que eu vou trabalhar de manhã na Regional, de tarde no estágio e estudar á (o teclado aqui tá sem crase..) noite na Fanor e ainda arrumar criatividade e disposição pra pensar num texto novo pra escrever??


Pra não ficar em branco deixo aqui, pra quem ainda não viu, o link pra uma postagem do Guabiras onde ele cita o meu blog. Ele me fez uns elogios lá que me deixaram todo errado (mas todo chei de perna também...)
Taí:
-> LINK<-


Ah, e ele depois me citou numa outra postagem também.
Taí ó:
-> LINK <-

Legal né?

*Acho que outro motivo por eu não estar mais conseguindo escrever nada é porque eu me senti pressionado depois do Guabiras falar do meu blog. Mó responsa...






Posted on segunda-feira, setembro 29, 2008

Depois de muito tempo sem texto é hora de postar coisa nova...

By Rafael Oliveira às segunda-feira, setembro 29, 2008

Pronto. Tá postado....

Posted on sexta-feira, setembro 19, 2008

O olho do mundo...

By Rafael Oliveira às sexta-feira, setembro 19, 2008

Passei o final de semana passado na casa da Clarisse, minha namorada. Quando chegou a hora de nos despedirmos passamos um bom tempo abraçados na parada do ônibus. E aí primeiro notei um olhar, depois outros, e aí prestei mais atenção e percebí que muita gente que passava por nós dava uma olhada pra bunda da Clarisse. Fiz questão de virá-la de costas para averiguar se tinha alguma coisa errada, se tava suja, mostrando a calcinha, sei lá, qualquer coisa que justificasse tantos olhares. Mas não tinha nada de errado, tava tudo certinho. Depois, ao longo da semana é que fui perceber essa característica que se faz presente em todos os seres humanos. Nós adoramos olhar para as bundas! É impressionante o poder que esses dois pedaços de carne exercem sober a nossa visão. Já fizeram até filme sobre isso. Muitas vezes olhamos sem(quase) nenhum desejo sexual. É só por olhar mesmo. Ato mecânico, automático. Se duvida faça um teste. Sente na última cadeira no ônibus, perto do trocador e fique atento ao movimento das cabeças quando uma mulher passa pelo corredor. Parece um imã, atraindo todos os olhares praquele outro olho...

E esse olhar é pra todas as bundas. Grandes, pequenas, redondas ou quadradas. Todos a olham. Esse magnetismo acontece também quando um grupo de amigos está conversando e um deles sai antes de todos os outros. Logo depois que essa pessoa dá as costas todos dão uma olhadinha para a sua bunda. Mas também é de se olhar pra onde? Pro cotovelo? Pra parte detrás do joelho, que não tem nem nome? Por isso meninas, nem se iludam. Sua bunda vai sim passar por uma avaliação. Então tratem de dar atenção à aparência de suas nádegas. Verifiquem se a calça tá muito frouxa, se o cofre aparece, se tem chiclete grudado. Não dedique todo o tempo que passa diante do espelho só para o rosto e o cabelo. Olhe para a sua bunda! Afinal, a bunda reflete a forma como somos vistos. É o olho do mundo...




* Clarisse, não fique com raiva. Eu não olho tanto assim para as bundas...

Posted on quinta-feira, setembro 18, 2008

Eu não entendo...

By Rafael Oliveira às quinta-feira, setembro 18, 2008

É, percebí que o blog ainda não é grande o suficiente pra começar séries, com participação grande de leitores mandando respostas. Somente três pessoas comentaram sobre o que elas não entendem..
Mas vou continuar tentando! (só mais uma vez...)


Vou colocar aqui as respostas que me mandaram através dos comentários e mais abaixo vou escrever mais sobre o que eu não entendo.

A Manu escreveu o seguinte: Eu não entendo porquê 99,9% dos Stand Ups começam com 'eu não entendo'.
Manú, na verdade não é a grande maioria do pessoal que faz Stand Up que faz o número do "eu não entendo", e os que fazem deixam pro final do show...

A Lídia disse: Eu não entendo desafios
Alguém entendeu??

E finalmente o Marcel (Q pelo) mandou: Eu não entendo a cabeça de uma pessoa que cria músicas para brincandeiras infantis, tais quais: "Aranha, papapapa, caranguejeira,, papapa, que bixa feia...", ou então um "Nescafe com chocolate, formam um suco de tomate, adoleta puxa o rabo do tatu, quem saiu foi tu...";Aonde ele arranja inspiração? Como ele consegue fazer letras tão sem sentido e que conseguem casar com as brincadeiras? Vai dizer que um dia uma dessas mentes, estava tomando seu leitinho quente e assisitindo o domingao do faustao (sim, pois criações do tipo so podem ser regadas de algo dai para baixo) e pensou: -"Mas se de repente juntasse algumas crianças e em unissono gritassem: "Atirei o pau no gato-to, mas o gato-to..."
É aquela coisa né Q pelo...


Eis mais algumas coisinhas que eu realmente não entendo...

Eu não entendo...o zelador do prédio onde eu moro. Todo dia ele bate lá em casa pra pegar o lixo. Quando o entrego ele diz: "Obrigado!" Por que?? O que foi que eu fiz de legal pra ele me agradecer? Ele parece que gosta do lixo da minha casa. Às vezes ele faz uma cara como se fosse comentar alguma coisa. Eu fico pensando que tipo de comentário ele pode soltar. "Opaa, lixinho bom hoje hein? Chei de papel higiênico..do jeito que eu gosto!" Também penso no dia que eu não tiver lixo para entregar. Será que ele vai ficar puto e em vez de me agradecer vai me xingar? Não entendo...

Outra coisa que eu não entendo são as lojas Insinuante. Que conceito de marketing é esse que faz uma loja que vende sofás, camas e computadores levar u
m nome desses? Parece nome de loja de calcinha! O que é que um fogão tem de insinuante? Uma lavadora de roupas... Ah, talvez sejam as camas! Alguém pensou putaria quando soube que lá iria vender camas também e pensou :"Bota Insinuante!" Não entendo...




Now, for the last time, digam vocês também o que não entendem.